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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

em : Miss Ninguém


Antes de você eu tinha mais brilho e era bem mais forte.
Mais natural.
Mais confiante.

Eu me era.

Não que a tua presença tenha me feito mal.
Ela até que me fez bem. Um bem por partes...
Me situou; me convenceu e até me desatrofiou em alguns aspectos.
Partes daqui, partes dali.
Não, eu quem parto.
Parto o meu antigo ser para tocar o trem que enferrujou.

...Parto porque ainda há tempo.

Não sinto raiva e nem mesmo arrependimento.
Sinto só dó de mim [Ou talvez dor].
Dor dos dias que eu não fui.
Do brilho que me abandonou.
DÓ?
Dó da Ré que eu dei em MIm; do degrau a menos, da cor a menos, da falta de nitidez e nota.

...Mas eu parti. Parti pra Lá!
Vou nadar no oceano ao som do vento pincelando os meus ouvidos...Eu vou, eu fui.

Hoje eu sinto que respiro mais ar. É tanto ar que até me sufoca.
Antes me sufocava também. Sufocava...socava.

pra lá e pra cá, pra lá e pra cá eu rodeava feito pião.

Agora não.
Agora a dor é outra.
É aquela típica contração no peito.
Contra uma ação. Mas, pra toda ação há uma reação e é claro que isso passa.
Todos sabemos disso.
pASSAssim:
Uma pitada de meias palavras; uma caixa de cerveja; um filme melodramático; chocolates, ou se preferir, qualquer analgésico vai bem.

Mal passada eu era.
Aliás:
Fizeram eu pensar que eu não era.
Colocaram a roupa maior que o meu corpo;
Tingiram-me da cor que eu não gosto;
Sopraram poeira na minha face;
...Eu ofusquei no espelho do banheiro.

Fizeram eu pensar que eu não era,
mas eu acordei enquanto há tempo.
Tempo?
...

Hoje eu continuo não sendo.
Mas por não ser,

Eu vou bem,

Obrigada.