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quarta-feira, 30 de março de 2011

Ca fé sem leite e sem paz

Deus, salva-me deste mundo onde as criaturas são imundas de organização.
Salva-me da destreza e de olhos que saltam por cima de mim e tentam me tocar com os cílios.
Proteja-me dessas risadas infames na mesa do café.
...Esses movimentos de agonia que me incomodam; torturam-me; invadem-me feito fogo de floresta.
Deus, perdoe-me por não ter agradecido os deleixos passados e por não ter sido tão compreensiva com o banheiro molhado.
Ah, e eu era tão livre com meus afazeres.
Fazia o que bem entendia, na hora que eu queria.
Hoje não. Hoje, por não fazer, sofro à represália. Sofro com as unhas alheias que me tocam a carne.
Hoje vivo trancada em quatro paredes ainda menores.
Sem conversas
Sem risos à vontade
Sem a minha Cravo e Canela. E com um desgosto gigante.

Deus, sei que nunca oro e sei que nunca mais orarei, mas saibas que estou enlouquecendo e só estou aqui porque sei que não há nada a fazer.
...E também sei que essa oração será em vão...
Só peço mesmo por ter a certeza de que o senhor não me salvará de qualquer mísera faxina e muito menos de quaisquer breves sensações de uma pseudo-paz.


Portanto, 
À Deus.




Em nome da paz, em nome da força, em nome da estabilidade sagrada. Amém!

terça-feira, 29 de março de 2011

DESESPERADAMENTE!

Tem alguém colocando os pés em cima de mim.
Têm “alguéns” colocando os pés em cima de mim.
E não é loucura.
Eles estão sobre a minha cabeça e pressionam de tal modo que chega a doer.
TÊM “ALGUÉNS” ten-tan-do me EMPURRAR pra baixo.
BEEEM baixo. Quase me enterrando.
E dói.
Dói porque quero ficar na superfície. Quero ser a superfície.
Não é ser superficial, nem supérfluo e nem outra coisa que comece com super e que seja ruim.
Eu quero é ser super alguma coisa legal.
Mas as pessoas estão me enterrando. Elas não me vêem.
Ou me vêem e fazem de propósito. ( que coisa feia!)
Já engoli poeira, areia e algumas formigas.
Meu corpo todo está embaixo da terra: pés, pernas, tronco.
Agora é a vez da cabeça...
EEEi,

Alguém tá me empurrando pra baixo.
Alguéns..

Algúem pode me ajudar?

Ei.
Socorro.
Alguém, por favor!!!!!
Me ajuda.
Me aj...

quarta-feira, 23 de março de 2011

O TURBILHÃO DE EMOÇÕES!


Ser poeta é ser doce, é ser real.

É ser mentiroso e sentimental.

É fotografar com a linguagem.

É viver minuciosamente.

Ser poeta é des(iludir); é compreender; é confundir.

É não ser inerente e ser efêmero.

Ser poeta é se esconder em fisionomias comuns.

É brincar com sentimentos...

É agravar ou amenizar situações.

É fazer tempestades em copos d’água e, ao mesmo tempo, ser tão despreocupado com tudo.

É destemer...

É querer. É sentir e pensar.

Ser poeta é desenhar a alma em palavras

É fazer o feio ficar belo.

É escrever o que é trivial de forma, desesperadamente, relevante (?)

É ser doente de um amor e curado de um outro também.

É viver numa masturbação constante.

É querer essa masturbação constante.

Na verdade, é querer gozar e nunca conseguir.

Ser poeta é mesclar o preto e branco.

É ser pintor e por isso, pintar gotas de sorriso...

Gotas de sensibilidade e quiçá, lágrimas de verdade.

É costurar ideias; é pregar sentimentos...

É não ser nada aos olhos de quem não sente. É querer ser nada e, mesmo assim, não conseguir ser NEM um nada e NEM um tudo...

Nem um ''mero'' marginal, nem uma Clarice.

Nem o papel amassado na escrivaninha e nem o ensopado da cozinheira.

Ser poeta é construir aos poucos uma colcha (ou lençol, ou teto, ou tapete, ou tudo) de sentimentos humanos.

É não acabar ( jamais) essa colcha.

É viver num infinito e dolorido estado de:

Tent(ação).


Ser poeta? ... Eu que não!

domingo, 20 de março de 2011

ÊXTASEMÔMETRO















Pés afundados na areia e uma dose de de deleite vibra em pequenos espaços do meu corpo semi-frio.

Era quase como um dançar levemente

Um chorar calmo...

Um suor febril de prazer

Era quase que um gozo amoroso ou então, um embalo rítmico que só o vento traz.

Que só a areia traz

Que só a praia tem

Que SÓ o mar tem

Que só o sol mostra...

Que solitude sustentada por pele é essa, “meu deus”?

Que corpo é esse QuE

bAlAnÇa

AsSiM?

sexta-feira, 18 de março de 2011

BALOEIRA


Encheram demais o meu balão de ar.

Mas encheram ao modo de que ele não estourou.

Meu balão de ar está cansado e não consegue mais pensar.

O vento não quer levá-lo para passear, e até tenta me enganar dizendo que ele está pesado demais.

Preciso esvaziar meu balão; ninguém mais está chegando perto dele porque ele anda nervoso ao ponto de ter gente ditando sistematicamente: “Balãozinho, tu precisas descansar, fazer terapia, ir à festas de crianças... Sei lá, estressar-se menos, pensar menos...”.

Mas ele logo retruca: “sou bem grandinho e não participo de festas de crianças. Ah, e em festas de adultos não se usa balão”.

Nunca vi “alguém” assim: que tem tanto oxigênio e não respira direito.

Nunca vi “alguém” que não está cheio do vazio.

Nunca vi "alguém" tão colorido e tão apático.


...Hoje me olhei no espelho.

O espelho me sorriu dizendo: tu estás parecendo o teu balão.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mais um pouco de segredo falado.


(A cada dia que passa eu percebo a gama de falas precipitadas que já mencionei).

“__Tia, por que casaste com o tio Don Juan?”

“__Querida, a gente não escolhe quem ama”.

“__Claro que escolhe, eu não vou gostar de alguém com cara de coelho, que usa sapatênis e as calças pra cima. Nem mesmo um safado assim”.

“... Não vou gostar de uma pessoa que me trata desse jeito e que tenha esse feitio. Muito menos de um Ser que tenha um gosto musical insuportável e que se interesse por coisas frívolas”.

(...)

Há mil cento e noventa dias eu sou a prova de que a língua não tem osso.

Segredo falado.


Sabemos que são os cupidos que acertam aquelas flechas em nossos corações.

Pois bem, no meu caso, o meu cupido só poderia ter sido um calouro.

(...) Além de errar o alvo e esquecer-se de fazer com que fosse recíproco, o espertinho ainda teve a capacidade de me manter em cativeiro, amarrar um pano na minha boca e sussurrar mil cento e oitenta e cinco vezes todas as noites dizendo o seguinte:

“se tu contares a alguém a burrada que fiz, tu vais se vir comigo”.

Juro que até hoje eu não consegui imaginar a dor maior que um cupido possa me oferecer.

domingo, 13 de março de 2011

Os corpos que caem


A cadência
O cuidado
O colapso

A cadência
O cuidado
O colapso

A decadência
O descuido
O cansaço

A ausência
O escudo
O descaso!

E há barulho na avenida...



Contração

Suspiros

quase que falta de ar

contração

suspiros

quase que uma puta falta de ar e uma martelada leve em meu corpo escamado de dúvidas.

Tum Tum Tum e não se sabe de onde vem o barulho.E não se sabe de onde vem...Se é do martelo ou se é de algo lá dentro.

Falta de ar.

Uma PUTA falta de ar e a burrice.

ENFORMIGAMENTOS


Bem abaixo dos teus olhos eu me encontro.

Tu olhas pra mim com um olhar melancólico. Algo do tipo: “não desanime, pequena”.

Eu não enxergo o teu olhar, mas sinto que é dessa forma que me vês.

Tenho ímãs colados por toda a minha carne. Nada consegue me tirar da anestesia.

Meus olhos só conseguem visualizar imagens psicodélicas. Estou fora da realidade.

Estou enterrada e sem nenhuma vontade de sair daqui.

Prazer, garot@...

Eis aqui uma mortal conscientemente alienada.

Há (esque) cimento!


Quantas garfadas? Quantos banhos tomados? Quantos acenos de mão?

Quantos dias...

Quantos anos já (?) e eu sei de nada. Eu faço nada!

No máximo eu tropeço;

Eu esqueço...

Bem às vezes é que eu consigo me jogar (ou, acreditar que me jogo).

Mas e daí?,

que cargas d’águas faço eu aqui nessa bolha?

Ando ocupando lugares; tapando buracos; preenchendo avenidas...

Fico enfeitando bancos de praça e sorrindo para outros matadores de tempo.

Mas eu também assassino as horas, maltrato os segundos e asfixio as (quem sabe) futuras pequenas sensações de êxtase. Além disso, dou um jeito de repousar trezentos minutos a mais todos os dias. Depois, mentalmente eu:

Corro

Corro

Corro e choro porque tem um coro que diz: “Hoje! Hoje! Hoje é o dia!”.

E então, eu Dona Maria Ninguém da Silva, esqueço-me de que hoje é o dia porque amanhã eu nem lembrarei de que hoje existiu e, imediatamente, lembro-me de que já pensei nisso antes.

De novo eu choro, mas mais que antes porque agora eu percebo que não consigo viver de verdade. É neste perceber que esfolo a terça parte das horas que eu poderia, atentamente, degustar do todo que me encanta.

Eu me anulo a cada dia que passa...

( E o que eu quero é desmorrer logo).

NUNCA DIGA NUNCA. (é esse mesmo o ditado)?


Ora, eu sei ser romântica quando quero. Só não sou porque não tenho vontade...

E mesmo que tivesse,

Aqui eu jamais seria.

.

.

.

(Hoje eu acredito veemente nisso).

sábado, 12 de março de 2011

TORTURAÇÃO


Para cada palavra em que aqui eu coloco de molho é formado um puxão de orelha.

Não só puxões de orelhas como também mordidas, socos, beliscões e até arranhões.

Coisa de “alta” violência. Caso de automutilação.

É como se eu quisesse me ensinar a viver de verdade, compreendes?