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sábado, 22 de junho de 2013

A cor da noite se esvai quando duas gotas de sal caem do céu.

domingo, 16 de junho de 2013

PSICOMANIA

 Ladrilhos no chão
A pá que te cova não arde mais os olhos.
Nem mais o sal, nem o alho refogado
Nem qualquer noção de morte
O medo já se fez parte
E no fazido tomou conta.
Contido, dissipou toda forma de perigo.

Rei das artes, das selvas,
Rei dos felinos, dos filmes antropofágicos.

O que há em meio ao deserto mais árido?
Vales da morte?
A mão se coloca no fogo e a cabeça das rajadas de vento.
Pula a cordilheira, anda no gelo,
Acampa em meio aos espinhos.
O que pode mais acontecer?

Uma dor de cabeça, um dedo quebrado, pés molhados, câncer de próstata.
Um ano a menos, alguns menos batimentos cardíacos.
Um dia sem comer chocolate?

Enquanto cantava que perdera seu medo da chuva,

Descobri que o sim é um passo que se dá no vazio de um suspiro ansiante.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Um lugar comum


Estranho é o dia em que meus olhos não se excitam pelo cheiro da noite.
O céu me entope de amores, querendo namorar o que me resta do dia.
Reprimida pelo orgasmo certeiro, porque a lua já não me para de piscar,
Fecho a sobra da janela e me acoberto do que se diz por convencional.

Polanski me prende na tela.
O carnaval se foi e meu quarto não viu.

As pernas da gaiola chutam as veias de profanação.
Um poeta triste.


Um fio de chuva cai sobre os meus olhos, entortando o riso que restara do amanhecer
As curvas do infinito desaguam na mente espantosa
que clama pelas mais retas respostas
do que a vida há de ser.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tu omites


Já é quase fevereiro e me submeti a não desvendar os meus dias durante quase um ano. Tenho sentido que vivo e não digo que vivo. E não dizer que vive é o mesmo que não viver. Sinto-me pecando por conta de não costurar meus dias em linhas de alfabeto.
Quase que um morrer ajoelhada no milho depois de um pecado (im)perdoável. Escrever é assim: a reza matinal da freira no convento.
Estou fugida das ordens da igreja escritoureira. Ando anarquizando o lugar onde eu mesma me coloquei.

Um ano de amor, trocas, sustos, costumes, enlaces, rupturas, comichões, historietas, passagens...

Um ano servido de  invisibilidades na última garfada da noite.