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terça-feira, 11 de setembro de 2012

DESMARCAR TERRITÓRIO


O cuspir fogo
No fundo do ralo
Ralo de fundura
Calcinha velha
Cheiro de creme de amêndoas barato e vencido
Toalha molhada que exala tempo
“Mistureba”, dizia-se lá no interior.
"Me masturrrba", gritava lá num filme que passava na TV aberta.
A cor da briga a dois é mais da cor de pastel
Carrega a dor do medo de não ser
De que assunto os domingos vão me namorar?
Ai, a poesia da Ana Cristina...
As teorias já mastigadas das terças à tarde.
Fico fuçando os cantos da sala para ver se encontro cascas de mim
Nenhum cílio
Nem pele de dedo
Nenhum pentelho
Se tivesse, ao menos, um pedaço de unha.
“Cadê-me”? - eu grito.
"Cadê-me"? - sussurro.
E vou que nem cachorro...
fuçando os postes e bundas de tanta gente na lanchonete
O entrelugar
O sem lugar
O ex que não é meu
O ex-estranho do Leminski
De onde falo?
De que falo?
A voz me comeu.
Comeu em mim
O que não é meu.