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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Tomada em ênclise




'...descubro que estou chorando todo dia,
 os cabelos entristecidos
 a pele assaltada de indecisão'  (Adélia Prado)¹.




Fico imaginando se a melhor solução seria apagar-me desse lugar e transporta-me pra qualquer mundo mais sereno. Teria então – eu - a coragem de desmanchar-me em líquido a fim de desembocar-me em algum canto onde, quem sabe, eu não precisasse ouvir as ousadias impensadas de inúmeros humanoides?
Não sei o que é pior: solidificar-me com a ideia de que um dia, quem sabe, a brisa tocará as faces de mármore e cabeças de papelões – como já escrevera João do Rio, ou andar  ( sem maiores preocupações) como uma dessas cabeças em olhadelas tão baixas nas quais se fazem tocar as bitucas do chão.
Entender que dor dói mais não é uma tarefa fácil e, creio eu que, entre escolher saber que dói a “fingir” que não sabe o que faz doer, faz-me escolher o corroer por dentro.
Porque já não consigo não pensar . Mas de que adianta pensar? Deram-me indignação pra pouco fazer. fico mais em resmungos longos do que qualquer outra coisa.  Não sou corajosa e nem nada. A única coisa que faço quando algo me dói é pegar uma folha em branco e contar em diferentes formas as mesmas dores.
Se ao menos eu conseguisse fazer arte...




¹ Do poema Segundos papéis 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

E no fim do túnel "um brilho fosforescente de putrefação''






                                                   E
                                               B    D
A       A       A                     O            E
   r  i    r    i         M           S                    S
     e        e          O                                     C
                          V                                          E
                          E                                          E
                          D                                          E
                          I                                            E
                          Ç                                           E
                          A                                            .
                                                                        .
                                                                        .
     E 
    Me 
 Engole
Sem parar.


(Está sendo complicado conversar dessa maneira. Mas, mesmo assim, vou tentar dialogar um pouco).







Quando pequena decorei Camões sem entendê-lo muito bem.
Hoje, o declamo como se fosse uma oração.





Me afundei no que minha mãe chama de Banho Maria e, fico mergulhada aqui por algum tempo, até que - vez ou outra - alguém me 'pesca', afirmando eu estar precisando de uma respiração boca a boca pra ver se, enfim, serei salva desse buraco de neve. Mas nunca sou...


Por isso, não vejo a hora de ter um chão concreto entre os meus pés.
Bom, pra falar a verdade, esse foi o presente que sempre quis. Falando em presente, meu aniversário está próximo. 
Nesse ano persisto em querer algo concreto em que eu possa, finalmente, jogar meus pés sem medo. 
Ainda não fiz o meu pedido aos céus. Mas, de todo modo, vou lhe contar que chão, de fato, eu gostaria de ganhar:

Um chão de cimento seco.
Um chão de cimento seco.
Um chão de cimento seco.
Um chão de cimento seco.

UM CHÃO DE CIMENTO SECO, OUVIU BEM?


MAS, eis que, eis queee, eis queee :
se chegar o dia de soprar as velinhas e o Noel, novamente, não acreditar que eu sou digna de ganhar o que espero, vou pedir para ser uma gaivota...

Sem receio e sem nada...

É isso!  Se eu não ganhar o chão, farei isso no soprar das velinhas...

Fecharei os olhos e proclamarei em silêncio:

"Senhor, quero ser uma gaivota feliz"

Imagine: 

"lá vai a Dona Maria Ninguém da Silva, lambendo as águas do mar sem se preocupar com a ‘fundura’...

Sem o castigo do pensar

Batendo as asas sem muitas razões, 
Tomando vento no inverno 
E ainda não se preocupando com destreza alguma".


É, Isso seria melhor que qualquer chão!!!!



Estou enganada?

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Eis que já sinto os ipês no cheiro da primavera.
E que me perdoe Leminski, mas o dia me pinga uma flor no olho e me enlaça.

Para minha querida Graça


Posso até parecer séria, amuada, ríspida, mas creio que simplesmente seja um humor peculiar, daqueles que não se contenta com o que as pessoas estão acostumadas a ‘rir-se a gargalhadas’.  O fato é que quase não me atrevo a rir-me e nem a zombar das coisas. Pessoas falam comigo e me dirijo a elas da maneira que me convém e, caso pareça grosseira e pouco educada, sei que é apenas impressão daqueles que não me conhecem. Até porque se me conhecessem, saberiam que o meu humor é ao contrário.
Depois que descobri a sátira, nunca mais fui a mesma. Até perdi alguns amigos por isso. Aliás, como posso tê-los perdido se nunca os tive? Nem me eram amigos, porque ora, se os fossem já teria bebido com eles. Eram apenas colegas. Colegas que poderiam vir a ser outra coisa se eu me fizesse rir quando não tinha vontade.


Às vezes me vem a ânsia em querer poder saber quantos goles de conhaque já desistiram de mim nessa vida. 

domingo, 25 de setembro de 2011

"tripé: refletir, decidir e praticar"





Umdoistrês

Um, dois, três

[...] [...] [...]

Quanto tempo é tempo suficiente pra limpar os olhos de ressaca?
A angústia perdura e a voz fere-e-cura paralelamente.


Ei, pseudodeus...


Como é que pode tudo isso? Como pode?


Na boca do meu estômago te­m algo impedindo a passagem de alívios.
A mente não dispensa os incômodos e só consigo me concentrar nisso.

REFLITO, PENSO.

Penso.

­E saiba que eu penso porque quero, pois se não quisesse, simplesmente não pensaria. 
No entanto,  não pensar me faria doer ainda mais,  e não uma dor parecida com a que me assopra atualmente, mas outra. 
A dor que me sinto soprada não é uma dor triste, é uma dor necessária.
Uma dor que filtra e desestabiliza, que tira o ar do peito. Ou melhor, que enche o meu peito desse ar. 


Bom, talvez  o léxico não tem me compreendido, ou eu é que não tenho encontrado a palavra que, realmente, conseguisse transparecer esse sentimento. De todo modo, eu tenho referendado dor, algo que quiçá poderia ser chamado de uma inquietude crônica. 


Isso!, uma inquietude crônica! Por que não? Veja que a inquietude não tem paciência. É curiosa. 

Ok, até poderia ser assim chamado. Mas só não é  porque mutuamente há a dor [...]



''EM FIM'':  a questão é que desfibriladores me tiram do sono.

‘Choqueiam-me’.  Chicoteiam-me.

Voz nem fala por mim.
Pessoas perguntam o que eu estou sentindo.
Inspiro e expiro – inspiiiro-expiiiro. Não sei o que dizer.


Uma mudeza depois da interação. Recomeço do pensar!

[Que não pare por aí!].


Então, tudo se volta ao:


Caminhemos juntos no mundo das Marias das Dores.
Caminhemos juntos nesse refletir sobre,
Nessa sempre ressignificação que dói, mas que nos faz vida. 


E que nos fazendo, ela nos desfaz e refaz.


Desfaz e refaz continuamente.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cocaína?


Raivosas e incontroláveis, as gotas de sal batem molhadas no silêncio ébrio.
Elas gotejam tão rapidamente que o silêncio, incomodado, desperta e responde ríspido:

“Malditas gotas que me quebram as pernas, me tiram a calmaria e despejam um rio de dores, fazendo-me ‘desaquietar’ ”.

As gotas, banhadas de teimosia, não responderam, simplesmente seguiram seu curso no rio das dores.
Na terceira margem do rio das dores de Dona Maria Ninguém da Silva [porque a vida é ambígua sempre]!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Arestóide

As nuvens abriram alas:

a favela está sorrindo e arreganhados, voam-se os pássaros.

Vão-se Vão-se, Vão-se que, no momento, pouco me interessa do deus Baco,
Chega de abutres!
Dá um tempo, Waly Salomão.
É o sol que tá saindo e eu vou é gargalhar.
Vou gargalhar "antes do sol virar mãmão"
Marinheiros, saiam do barco,
Estacionem suas galochas...
Porque a  ilha brilha.

Birilha birilha.

E se antes não havia brotado...

Se antes não havia brotado...


E se antes não havia bro-ta-do, agora...
Ah, agora...


Agora eu gargalho e digo: "aaaah, Setembro!"


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Silencitude -


Esse silêncio que detona os meus ouvidos...
Chega cedinho - no alto da madrugada – e vai respingando sem parar.
Às vezes parece quieto demais; às vezes ousado...
Fala pouco, mas me responde.
Alguns dias é o problema, noutros, a solução.

Vive tentando fugir dos conceitos: puxa as rédeas, sobe ladeiras, vai ao sótão e entra em cavernas - mas não adianta...


Ele vai ser o clichê de sempre.





segunda-feira, 22 de agosto de 2011

BEM DITA


Dois lados de mim:

*o primeiro transborda sorrisos,
*o segundo carrega seriedade.

Não sei o que faço quando de mim não sei quem sou...
Quando por ora me sinto intensa, logo numa piscadela de olhos, eu discurso o cansaço que eu tenho daquela tanta gente e  penso comigo em querer sumir para outros lugares que não esse.
Que faço eu diante desse mundo que me detona ‘minutaneamente’?
Parte de mim é um pote cheio de amor e outra parte é o ódio afogando toda e qualquer intenção de bondade.
Parece que preciso ser continuamente cega pra conseguir serenar.

Maldita vida delineada de avessos e de efemeridades.
Maldita vida instantânea que não me faz parar de pensar.

domingo, 21 de agosto de 2011

LA.

Assumiram-se como tal
Ergueram o punho
Agarraram-se aos hinos
Foram militar!


Mais uma vez: saltaram da escada - pisaram no molhado e caíram de cabeça.

sábado, 30 de julho de 2011

A história de Aline

Na calcinha, o vestígio do prazer adia um começo.
Fico nessas delongas não por uma suposta ideia de querer parecer pura.
Mas pela tímida intenção de querer ficar um pouco mais longe de um certo fim.
Depois percebo que é tolice e me "emputeço". 

Do poço, o impulso.

Gotículas de sangue no rastejo...
Uma atrás da outra, fazendo fila.
Se não cicatrizar,
Uma agulha
Uma linha
Que a carne gruda.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tijolo por tijolo e enfim bloqueio os mil i-mundos que me tentam.  

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pesadá-lo


O entra-e-sai na minha mente 
O entra-e-sai na minha mente
  Entra e sai da minha mente
  Entra e sai da minha mente



Sonhei de novo com você­­­­­­­!
Tenho medo dos meus sonhos porque eles, muitas vezes, tornam-se instantaneamente reais... Você sabe disso!
Dessa vez eu sonhei que lhe comiam, mas só presenciei a cena porque cometi uma gafe: entrei sem bater num quarto que não era o seu.
Tudo bem entrar num quarto sem bater e depois, desculpar-se...
Mas quando eu entrei, vi que um cara forte lhe comia e que aquilo lhe agradava de-ma-si-a-da-men-te.

Foi a primeira vez que encontrei seus olhos.

Foi a primeira vez que eu não vi mistério algum neles.

Depois que eu observei o cara lhe comendo, saí do quarto e fechei a porta. Não queria atrapalhar seu bel-prazer.  Ou melhor, não conseguia aceitar o seu gozo feliz.

Poxa, um cara lhe comia tão bem!

Claro, eu até que poderia pular na cama e dividir o prazer a três, mas você me olhava tão concentrado, tão  filtrado... Olhares que diziam: “veja como estou sentindo prazer, querida. Veja!”.

Arrependo-me de ter sonhado com você na noite passada.
Grudou-me na mente essa cena e agora, sempre que vejo rastros seus, lembro-me do cara lhe comendo.
Tudo bem, nada de preconceito com atos homoafetivos, até gosto.

O pior é não conseguir ver mistério algum em seus olhos que antes eram considerados inconstantes e inalcançáveis. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aqui, o espaço da saudade te engole sem medo de engasgar.


Dedilhando meu corpo como se fosse um instrumento, tua ausência se distrai traindo-me de ilusões passageiras.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Saladadefruta

O Brasil é grande demais pra conseguir unir tantos mundos.
Embora isso, mais uma vez a inquietação atrelou meia dúzia de corações inflamados.
Os quatro cantos, num mesmo céu, sorriram com olhos de alívio e, concomitantemente, em seus peitos pingados de lágrimas, corroeu a dor de um futuro até logo!


Goiabada com queijo

Café com leite

Doce de banana com pão

Eles se doaram em dias o que um amor só aceita em anos de convivência
“É um Mundo paralelo que deixa borrões involuntários na vida “real” ”, disse um dos quatro cantos.


E depois daquele estado intenso de doação, o retorno é sempre mais difícil.


Então, cada um por si e contra suas verdadeiras vontades, juntaram as migalhas pro caminho da volta pra casa.





Por fim, descobriram que a saudade tem gosto de sotaque.


terça-feira, 5 de julho de 2011

CaraCoroa.

Sou várias.
Às vezes digo que sou três: eu, meu coração e minha mente.
E não é que eu seja bipolar ou uma "metamorfose ambulante", apenas escolho qual forma de eu é mais interessante usar em determinados momentos.

A questão é que quase ninguém sabe disso.

Não a descortinem.


___Chora não, menina!

___Abraçam-na, por favor?  Por mim...

___Olha aqui, eu sei que é triste, mas eles vão arder em outros ares e você vai sorrir por vê-los felizes. Eles vão sentir a sua falta e dizer que sentem uma tal de SAUDADE e você vai dizer o mesmo, porque é exatamente o que você sente. Isso vai se dar por dias, meses (...)

Sim, a ausência vai doer – corroer – brincar por dentro. Algo como alguém pegar o seu coração, torcer até pingar a última gota de sangue e colocar ao sol para que seque por dias.

Dói, mas dizem que é normal.

Dói, mas dizem que passa.

É, talvez esse seja o problema...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ao bichinho geográfico!




"Tassi não tinha paradeiro
Nem história, nem nada
Apenas aparecia às vezes
Com seus olhos fulminantes
Pulando de uma estrela cadente para outra
Queimando
Na importância desesperada do agora"



Ele tecia as minhas asas
Feito uma aranha construindo seu lar
Fazia isso sem compromisso, ‘admirava’ de longe,
Os olhos eram de: “qual será o próximo passo?”.
Semblante leve e ao mesmo tempo tão concentrado. Aquilo me intrigava!
Parecia distante, mas não, ele sabia o que estava olhando, só não entendia o que era.

Eu ficava estática, não compreendia o que se passava, apenas sorria cautelosa.
Queria compreender os seus olhos, mas isso era impossível.
Depois descobri que era poeta.


Tento fazê-lo nascer, mas o poema


desiste antes mesmo de existir.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Só preciso de uma mãozinha!

(Minha amiga me disse outro dia: “vamos exorcizar os homens!”)

Fecho-me inteira como se fosse cometer um crime
Preparo a situação; esqueço-me das proibições, dos julgamentos e de qualquer denúncia de pecado.

Crio mil formas de satisfação,
Crio mil formas de um possível gozo.
Delineio-me inteira com minhas próprias mãos
O corpo arrepia
O peito enrijece
A boca sussurra
Contorço-me até encontrar o toque que me faltava
Derreto-me em brasa
...
Timidamente sorrio aliviada e contemplo calada: “a felicidade pode estar em apenas alguns dedos”.
E durmo banhada de prazer.

O SILÊNCIO

A mastigação constante do silêncio

Você puxa o meu vestido feito uma criança que implora pelos ouvidos da mãe.

No sonho, o impossível
O inexistente
O nem que a vaca tussa

Sonho pra projetar e vejo o meu rosto sorrir
Mas é tudo mentira e eu acordo sozinha
O me comigo, o eu com mim
E me tardo na beleza da existência
Sem sonho e sem idealizações
Sem esperar nada

O encantamento do que se diz por CONsCIÊNCIA

'Suspiro-me' na ideia da verdade

domingo, 19 de junho de 2011

O despertar-se



Diferença térmica: corpo quente --- ÁGUA EM GELO
Reprimo o grito que eu daria se não houvesse a plateia
Espremo os meus olhos.

Meu rosto se banha em águas de diferentes sabores e a dor escorre pelo ralo

Respiro fundo

Desligo o registro e me enrolo numa toalha macia.


Corpo neutralizado:
Hidrato as linhas da minha pele
Tenho outro cheiro.

Sorrio diferente
Pergunto aos meus amigos se os meus olhos estão começando a brilhar.

Recomeço a yoga
Medito antes de dormir
No espelho, bellydance



A menina vai ressurgindo aos poucos do son(h)o em que estava mergulhada.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Vaga-Mito

Minha intermitência engalhou em alguma árvore e por isso, andamos em tempos diferentes: [ !i!i!i!i!i!i!i! !! ii !! i!i!i!i! ]
Porque se era pra pularmos juntos, hoje vejo que atrasei na queda e nem me dei conta, nem vi.
Eis então os pólos que se atraem e que não se encontram,
Ou que se encontram e não se atraem, já nem sei.
Porque por mais que nossos lábios se toquem e eu já nem sinto o fio condutor que atravessava nossos corpos e encontrava nossos olhos
Não, eu não me sinto Lídia em ter querido ficar um pouco mais.
Se não enlaçamos as mãos, porque haveríamos de desenlaçá-las?
Tudo bem, isso não é um choro baixo de quem sofre, é um desabafo de quem não compreende.
[...]
Não sou indecisa e nem decidida do que quero
APENAS VIVO...
Vivo um amor livre de verdade,
porque não preciso regá-lo todos os dias para me lembrar de que ele tem asas.

Quero viver porque não sei a hora do regaço.

E pra isso, tento não me agarrar em conceitos:
Não sou água, nem soro
Nem veterano
E muito menos calouro
Não me considero nada que seja enlatado e que eu siga sistematicamente
Porque conceitos podem me prender e já estou presa demais nessa goma flutuante.

Ando assim:       jogada numa solitude tranquila.



Quem sabe eu encontre novamente os teus olhos em alguma estação:
Eu sendo observadora; tu, um passageiro – como sempre quiseste ser - sorrindo feliz por andar sem grandes preocupações.




E contente por ver teu sorriso brilhar eu pulo, sozinha, no próximo vagão.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vagalumeando baixinho

Andei de um lado pro outro - hoje - na minha cozinha
O quarto estava cheio de mim
O travesseiro não aguentava mais segurar meu peso
E o lençol cansou do meu cheiro 
Foi por isso que resolvi mudar de ambiente
Fiz torradas: umas salgadas e outras, doces (é que eu precisava sorrir)
Depois café.
Com o estômago cheio fiquei refletindo, no alto da madrugada, sobre como o meu coração tem sido infiel aos meus discursos. 


domingo, 12 de junho de 2011

PORQUE HOJE ESTÁ BOM FICAR IMERSA NESSA QUIETUDE QUE BANHA OS MEUS OUVIDOS.

Pensei que fosse feijão



Eu realmente sumi nos últimos dias.
...Estava tentando dar um jeito no meu ego.
Peguei-o com força – passei manteiga – fritei com óleo novo e ofereci a qualquer um que pudesse comê-lo sem um pingo de dó

Sim, um novo tipo de receita para fins parecidos

Ora, mas veja que eu nem precisaria desse tipo de receita se eu conseguisse chegar a um fim de um outro modo.
Aliás, veja que eu nem precisaria desse tipo de receita se eu conseguisse, ao menos, separar o que me faz sorrir da ideia de me fazer sorrir.

AH se eu conseguisse...[Seria tão mais fácil, tão mais simples, tão menos dolorido].

 O problema é que aqui dentro fica tudo homogêneo e eu acabo confundindo jacaré com crocodilo
 Acabo por confundir o que é do que não épensa que é, mas que nada é senão a falsa coral.
A bola trocada.
O irmão gêmeo doentio.
[...]


A ilusão de ótica


A droga alucinógena 

A mentira com cara de verdade


O padre pecador


...O ego com manteiga que ninguém quis comer e que por isso, continua daltonizando olhares.