Já é quase fevereiro e me submeti a não desvendar os meus dias durante quase um ano. Tenho sentido
que vivo e não digo que vivo. E não dizer que vive é o mesmo que não viver. Sinto-me pecando por conta de não costurar meus dias em linhas de alfabeto.
Quase que um morrer
ajoelhada no milho depois de um pecado (im)perdoável. Escrever é assim: a reza
matinal da freira no convento.
Estou fugida das ordens
da igreja escritoureira. Ando
anarquizando o lugar onde eu mesma me coloquei.
Um ano de amor, trocas, sustos, costumes, enlaces, rupturas, comichões, historietas, passagens...
Um ano servido de invisibilidades na última garfada da noite.