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sábado, 30 de julho de 2011

A história de Aline

Na calcinha, o vestígio do prazer adia um começo.
Fico nessas delongas não por uma suposta ideia de querer parecer pura.
Mas pela tímida intenção de querer ficar um pouco mais longe de um certo fim.
Depois percebo que é tolice e me "emputeço". 

Do poço, o impulso.

Gotículas de sangue no rastejo...
Uma atrás da outra, fazendo fila.
Se não cicatrizar,
Uma agulha
Uma linha
Que a carne gruda.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tijolo por tijolo e enfim bloqueio os mil i-mundos que me tentam.  

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pesadá-lo


O entra-e-sai na minha mente 
O entra-e-sai na minha mente
  Entra e sai da minha mente
  Entra e sai da minha mente



Sonhei de novo com você­­­­­­­!
Tenho medo dos meus sonhos porque eles, muitas vezes, tornam-se instantaneamente reais... Você sabe disso!
Dessa vez eu sonhei que lhe comiam, mas só presenciei a cena porque cometi uma gafe: entrei sem bater num quarto que não era o seu.
Tudo bem entrar num quarto sem bater e depois, desculpar-se...
Mas quando eu entrei, vi que um cara forte lhe comia e que aquilo lhe agradava de-ma-si-a-da-men-te.

Foi a primeira vez que encontrei seus olhos.

Foi a primeira vez que eu não vi mistério algum neles.

Depois que eu observei o cara lhe comendo, saí do quarto e fechei a porta. Não queria atrapalhar seu bel-prazer.  Ou melhor, não conseguia aceitar o seu gozo feliz.

Poxa, um cara lhe comia tão bem!

Claro, eu até que poderia pular na cama e dividir o prazer a três, mas você me olhava tão concentrado, tão  filtrado... Olhares que diziam: “veja como estou sentindo prazer, querida. Veja!”.

Arrependo-me de ter sonhado com você na noite passada.
Grudou-me na mente essa cena e agora, sempre que vejo rastros seus, lembro-me do cara lhe comendo.
Tudo bem, nada de preconceito com atos homoafetivos, até gosto.

O pior é não conseguir ver mistério algum em seus olhos que antes eram considerados inconstantes e inalcançáveis. 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aqui, o espaço da saudade te engole sem medo de engasgar.


Dedilhando meu corpo como se fosse um instrumento, tua ausência se distrai traindo-me de ilusões passageiras.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Saladadefruta

O Brasil é grande demais pra conseguir unir tantos mundos.
Embora isso, mais uma vez a inquietação atrelou meia dúzia de corações inflamados.
Os quatro cantos, num mesmo céu, sorriram com olhos de alívio e, concomitantemente, em seus peitos pingados de lágrimas, corroeu a dor de um futuro até logo!


Goiabada com queijo

Café com leite

Doce de banana com pão

Eles se doaram em dias o que um amor só aceita em anos de convivência
“É um Mundo paralelo que deixa borrões involuntários na vida “real” ”, disse um dos quatro cantos.


E depois daquele estado intenso de doação, o retorno é sempre mais difícil.


Então, cada um por si e contra suas verdadeiras vontades, juntaram as migalhas pro caminho da volta pra casa.





Por fim, descobriram que a saudade tem gosto de sotaque.


terça-feira, 5 de julho de 2011

CaraCoroa.

Sou várias.
Às vezes digo que sou três: eu, meu coração e minha mente.
E não é que eu seja bipolar ou uma "metamorfose ambulante", apenas escolho qual forma de eu é mais interessante usar em determinados momentos.

A questão é que quase ninguém sabe disso.

Não a descortinem.


___Chora não, menina!

___Abraçam-na, por favor?  Por mim...

___Olha aqui, eu sei que é triste, mas eles vão arder em outros ares e você vai sorrir por vê-los felizes. Eles vão sentir a sua falta e dizer que sentem uma tal de SAUDADE e você vai dizer o mesmo, porque é exatamente o que você sente. Isso vai se dar por dias, meses (...)

Sim, a ausência vai doer – corroer – brincar por dentro. Algo como alguém pegar o seu coração, torcer até pingar a última gota de sangue e colocar ao sol para que seque por dias.

Dói, mas dizem que é normal.

Dói, mas dizem que passa.

É, talvez esse seja o problema...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ao bichinho geográfico!




"Tassi não tinha paradeiro
Nem história, nem nada
Apenas aparecia às vezes
Com seus olhos fulminantes
Pulando de uma estrela cadente para outra
Queimando
Na importância desesperada do agora"



Ele tecia as minhas asas
Feito uma aranha construindo seu lar
Fazia isso sem compromisso, ‘admirava’ de longe,
Os olhos eram de: “qual será o próximo passo?”.
Semblante leve e ao mesmo tempo tão concentrado. Aquilo me intrigava!
Parecia distante, mas não, ele sabia o que estava olhando, só não entendia o que era.

Eu ficava estática, não compreendia o que se passava, apenas sorria cautelosa.
Queria compreender os seus olhos, mas isso era impossível.
Depois descobri que era poeta.


Tento fazê-lo nascer, mas o poema


desiste antes mesmo de existir.