Minha cabeça dói.
Meu tudo dói
Dói em mim um mundo
O cansaço cria rizomas e não admite qualquer sensação de prazer
Se sorrio, choro porque estou sorrindo
Se festejo, entristeço apenas pelo evento de festejar
Um moinho de vento nas minhas costas
Uma carga pesada me acoberta os olhos
Não me permito gozar o dia.
Me encho de anoitecer.
A lua, a tempestade, o dia cinza: a melancolia me é injetada no braço
Três entorpecentes baratos, somado a um ar falseto e pronto: uma felicidade inclandestina ressurge no meu olhar.
E daí que já odeio as cores cruas e nem quero mais café.
Peço uma salada-de-frutas porque é importante cuidar da alimentação.
Corridas pela manhã
Abdominais no fim de tarde.
Troco a madrugada por um belo pôr-do-sol.
Como é fácil parecer interessante.
Uma foto sorridente com uma descrição de amor e paz para todos.
Tudo isso esconde a vontade de me jogar do décimo quinto andar.