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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cheio demais.


Eu queria colocar uma corda no meu pescoço.
Mas não sabia se a dor da culpa estaria ali mesmo.
Então, fiquei em dúvida entre pescoço e estômago.
No estômago queria apertar um cinto.
Falando sério mesmo...Eu pedia para me auto-estourar...
Igual como se faz com os balões.
Do contrário aos balões eu tenho braços...Ou tinha.

Eu me sentia uma bexiga de ar...Bexigas não têm braços e muito menos mãos.
Não havia grama para eu rolar.
Alguém me apertou.
Apertou tão forte que a dor saiu sem eu sentir.

Ploft!

...Acabou a festa e as crianças foram embora!

2 comentários:

Thierry M. Motta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thierry M. Motta disse...

Saravá, Tassi irmã! Bem, à primeira leitura, tenho uma coisa a dizer:





tu tens personalidade, minha cara. Espero não te atrapalhar com este comentário: poderias passar muito bem sem ele. Mas repito: tens personalidade e aconselho-te a continuar assim. Ter personalidade é não ter pretensões de fama - e é personalidade o que tens. Escreves o que sentes, fruis e estás. Mas desconfio que considerar o que fazes um lixo (no mal sentido) é uma espécie de escudo contra a vaidade. Aí, não é um lixo em absoluto - dois poemas teus me deixaram estupefactos; são belos. Concordo no seguinte: a vaidade é o pior inimigo do artista, uma máscara parasitária do amor próprio. Por outro lado, lixo é tudo que gesticulamos e gestamos - o lixo de viver que lançamos de nós, que é o puro nos despir da carne que nos sufoca pra baixo, pro chão, pros sete palmos - o lixo de viver que reciclamos em outonos, folharadas de gestos, mãos; tateamos à procura de um mais viver no além de tanta morte. Há que ser o nosso ego terreno uma lixeira renegada de sua gula e cegueira. Seja, nisso tudo, então, o mais nobrelevado gesto, o de amor, esta flor baldia que muita vez olvidamos em nós, confundida ao lixo e que tem que voar, voar: sonho de borboleta, cheiro de vir-a-ser. Parabéns, irmã.

Até Sempre.