E quando então eu posso cantar na tua janela se tu podes escolher desafinar pela manhã?
A cada dia que nasce eu mal sei se ele amanhecerá silenciado ou se levantará ao som de Beatles ou ainda de um nacional como Cazuza que tu tanto gostas, não é mesmo?
(...) Porque eu nunca sei quando posso cantar e/ou quando receberei a tua canção.
Esse amor preso de liberdade me aperta
Me soca
Esperneio-me silenciosamente ou com um fundo instrumental cheio de raiva e gemidos de uma bateria histérica.
E feito um moleque mimado eu bato o pé e coloco em jogo ( mas não em xeque): " E se dividíssemos os versos?"
Um dueto:
- Eu canto a vida como ela é, os amores que vivi e as injustiças do mundo...
- E tu cantas que a vida pode não ser, que amores são efêmeros e que a gente poderia mudar um mundo se quiséssemos.
E assim sucessivamente:
eu canto,
tu cantas e vice-versa (afinal, tu podes começar a cantar sempre que tiveres vontade).
Mas nada de romantismo ( veja que eu nem falo em cantar de verdade).
Só queria uma ponte.
Eu de um lado
Tu do outro.
O ENCONTRO.
Tua língua toca a minha língua
Meu corpo toca no teu corpo.
Meu peito enrijece
E umidecemos juntos.
(...) Não peço um tutorial dos nossos dias de ensaio e nem um mapa astral.
Só quero estar esclarecida disso porque o que eu não posso é cantar sozinha.
Tudo bem, pode até parecer engraçado... Mas, como um Pixarro que não canta sem que haja sua companheira...
Eu não posso decidir cantar sem que haja, ao menos, alguém para ouvir.
Um comentário:
abres os teus armários eu estou a te esperar.
Postar um comentário