
Abro o plástico-papel do chocolate. O barulho é instigante.
Cuido para ninguém ouvir.
É, eu o abri.
Analiso, reparo e o observo. Viro de um lado para o outro.
Começo pelas bordas, do exterior para o interior. Deixo o recheio para o final.
Mordo um pedaço pequeno e empurro para dentro dos meus labios.
Preciono a língua ao céu-da-boca até derretê-lo e dissipar o sabor em minha úmida boca.
Jamais engulo verozmente.
É uma música. Eu o sinto.
Saborear é escrever.
Agora, eu fecho meus olhos porque chegou ao interior. Ao âmago.
Eu saboreio intensamente.
É o recheio.
Ninguém me atrapalha.
Estou sentindo.
Ele está em minha boca, derretendo-se.
Tento adiar o fim já próximo. Mas, o prazer inacabável se acaba.
Lambo meus dedos com satisfação e querendo mais. Contudo, ACABOU!
Então, apenas acordo e penso em como ele, realmente, é bom e hipnotiza.
* isso que eu não sou tão fã assim.
( relato com o kinder-bueno).