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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

No meu caso não é o coração que manda.


Pensar é o que me machuca, e ao contrário de tantos, eu tenho raiva é do meu cérebro.

...


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Não demorou muito.


Hoje chorei de lágrimas, mas ainda há um poço pra explorar.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Amém-te.


Tenho chorado muito ultimamente. Mas não chorando com lágrimas, porque assim é difícil de acontecer.

Tenho chorando de lá de dentro. Do alto da alma.

Chorado como quando os olhos se expremem para fazer sair lágrimas que estão estacionadas ali há meses. Essas lágrimas não saem não. Elas demorarão a sair. Elas só ameaçam.

E nesse ir ou não...

...Digo que mesmo assim eu chorei.

Afinal, lágrimas são só o gozo triste. E não precisamos gozar para ter a certeza de que estamos deprimidos.

E no vai-e-vem de emoções, fiquei atenta para ouvir meu coração que me alertou para sussurrar: "tassi, a mente te ilude".

''Tassi, a mente te ilude.

Tassi,

a mente

te

ilude.

TASSI...''


Eu não queria escutar aquilo. O eco me torturava, eu ainda tentava tapar os ouvidos, mas era como se os dedos fossem transparentes ou o som invisível. Aquela voz mansa chegava até os meus ouvidos e circulava de uma forma a me fazer gritar. Porque por mais que fosse verdade, eu prefereria não ouvir. Não ouvir para não escutar.


Soquei com as duas mãos o colchão que segurava o meu peso. Se fosse piso ou parede... Minhas mãos teriam doído.


...Muitas vezes o corpo palavrea mais que a fala própria.


Não disse nada com a consciência. Só sei que ouvi uma outra voz depois do meu grito com o corpo.


A voz dizia: ''Tassi, durma.


Tassi, agora durma novamente.

Tassi...''




E eu despertei.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Belisca-me se fores capaz.


Escrevo para ter a certeza de que existo. Se o que fiz não existe mais, o que resta de mim é descrever a noção de inexistência. porque sei que tudo o que foi, não é, e que tudo o que vai...não me pertence.

Escrever me prova o inexistente.



Esclarecendo o amor a dois: Eu não disse que o amor era inexiste, eu disse que preferia o nãoamor. Sem amor me sinto mais viva e segura, embora

ESCREVA PIOR.

peço-lhe um favor: deixa-me em paz na guerra.


Madrugada não me deixa dormir, ela é o silêncio mais maldoso que já vi.

Disfarça com esses olhos de criança esquecida no parque.

A cidade tenta me dizer que há algo a menos do que todos nós pensamos que há.

Menos vida, menos certeza, menos calor, menos amor.

Ou ela me engana ou ela me alerta.

Atento-me aos olhos das luzes das casas, prédios e praças e pergunto-lhes:


- "se existe algo além disso, acendam as luzes. Se não existe, apaguem por favor".


Responderam-me quase que de imediato.


E então, luzes se apagaram, luzes se acenderam...


Algo aperta aqui dentro. Meu coração se enrosca feito um parafuso e meus olhos ofuscam com lágrimas a paisagem morta da noite.


Vou dormir para não começar o desespero da não vida.

domingo, 7 de novembro de 2010

Diálogo mudo entre o que?


Todos estão em minha volta, sinto a respiração ofegante de alguns e pés empurrando o chão de cimento. Freneticamente as pessoas dançam um rock'n roll dos anos 80.

E eu que dançava aos pares, parei.

Parei, reparei, fechei os olhos e comecei a sentir o movimento ao meu lado. Parecia um mundo em cima de mim, parecia que tudo iria terminar naquele momento.

Tive um extase leve, eu queria rir.

Rir de forma histérica, parecendo gargalhada maléfica.

Acho que era desespero.

Olhei para trás, o alvo (in)certo. A hora certa, o tempo exato. Pelo menos parecia.

A música ia ao encontro do ritmo da minha respiração.

...Diante de mim o alvvoumerrenderdeumamaneira(i)racional.


(Minha amiga tem dito que às vezes olho com olhos de cigana, sei lá que tipo de olhar é esse, mas tentei usá-lo).

...

Em intervalos curtos de olhares e não olhares...Rendi-me a olhar mais que os segundos permitidos...




Só para eu não esquecer:


Nunca falei tanto sem dizer ao menos uma palavra.



...Fui concisa ao menos uma noite. E pra quem não está ciente, uma dose disso é ótimo para umas dorezinhas aí.

Crise de identidade.

Se um dia eu fui Natássia, avisa-me.

e do fundo eu reparo o céu.


Só quero emprestado um par de asas, talvez assim eu voe de verdade.


Ando tentando pegar vôo, acho que a minha mãe esqueceu de dizer que pessoas não voam.


Ando tentando alcançar a copa da árvore, mas eu não chego lá tão facilmente. Dependendo da árvore, eu nem chego.


Alguém poderia me avisar que pra ser feliz não precisa ter asas! Alguém precisa...

Mas têm gente demais me avisando, avisam-me e eu coloco meio quilo de algodão de cada lado dos meus ouvidos.

...

O que eu quero é voar.

Voar pra sentir de verdade.

Vento, nuvem...Quero ver o formigueiro de longe, quero ver de longe...


Quero sei lá o que...


Talvez desencurvar seja o necessário.


Rastejar assim está cansando os meus ossos e a minha carne.