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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

peço-lhe um favor: deixa-me em paz na guerra.


Madrugada não me deixa dormir, ela é o silêncio mais maldoso que já vi.

Disfarça com esses olhos de criança esquecida no parque.

A cidade tenta me dizer que há algo a menos do que todos nós pensamos que há.

Menos vida, menos certeza, menos calor, menos amor.

Ou ela me engana ou ela me alerta.

Atento-me aos olhos das luzes das casas, prédios e praças e pergunto-lhes:


- "se existe algo além disso, acendam as luzes. Se não existe, apaguem por favor".


Responderam-me quase que de imediato.


E então, luzes se apagaram, luzes se acenderam...


Algo aperta aqui dentro. Meu coração se enrosca feito um parafuso e meus olhos ofuscam com lágrimas a paisagem morta da noite.


Vou dormir para não começar o desespero da não vida.

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