Quantas garfadas? Quantos banhos tomados? Quantos acenos de mão?
Quantos dias...
Quantos anos já (?) e eu sei de nada. Eu faço nada!
No máximo eu tropeço;
Eu esqueço...
Bem às vezes é que eu consigo me jogar (ou, acreditar que me jogo).
Mas e daí?,
que cargas d’águas faço eu aqui nessa bolha?
Ando ocupando lugares; tapando buracos; preenchendo avenidas...
Fico enfeitando bancos de praça e sorrindo para outros matadores de tempo.
Mas eu também assassino as horas, maltrato os segundos e asfixio as (quem sabe) futuras pequenas sensações de êxtase. Além disso, dou um jeito de repousar trezentos minutos a mais todos os dias. Depois, mentalmente eu:
Corro
Corro
Corro e choro porque tem um coro que diz: “Hoje! Hoje! Hoje é o dia!”.
E então, eu Dona Maria Ninguém da Silva, esqueço-me de que hoje é o dia porque amanhã eu nem lembrarei de que hoje existiu e, imediatamente, lembro-me de que já pensei nisso antes.
De novo eu choro, mas mais que antes porque agora eu percebo que não consigo viver de verdade. É neste perceber que esfolo a terça parte das horas que eu poderia, atentamente, degustar do todo que me encanta.
Eu me anulo a cada dia que passa...
( E o que eu quero é desmorrer logo).
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