Ser poeta é ser doce, é ser real.
É ser mentiroso e sentimental.
É fotografar com a linguagem.
É viver minuciosamente.
Ser poeta é des(iludir); é compreender; é confundir.
É não ser inerente e ser efêmero.
Ser poeta é se esconder em fisionomias comuns.
É brincar com sentimentos...
É agravar ou amenizar situações.
É fazer tempestades em copos d’água e, ao mesmo tempo, ser tão despreocupado com tudo.
É destemer...
É querer. É sentir e pensar.
Ser poeta é desenhar a alma em palavras
É fazer o feio ficar belo.
É escrever o que é trivial de forma, desesperadamente, relevante (?)
É ser doente de um amor e curado de um outro também.
É viver numa masturbação constante.
É querer essa masturbação constante.
Na verdade, é querer gozar e nunca conseguir.
Ser poeta é mesclar o preto e branco.
É ser pintor e por isso, pintar gotas de sorriso...
Gotas de sensibilidade e quiçá, lágrimas de verdade.
É costurar ideias; é pregar sentimentos...
É não ser nada aos olhos de quem não sente. É querer ser nada e, mesmo assim, não conseguir ser NEM um nada e NEM um tudo...
Nem um ''mero'' marginal, nem uma Clarice.
Nem o papel amassado na escrivaninha e nem o ensopado da cozinheira.
Ser poeta é construir aos poucos uma colcha (ou lençol, ou teto, ou tapete, ou tudo) de sentimentos humanos.
É não acabar ( jamais) essa colcha.
É viver num infinito e dolorido estado de:
Tent(ação).
Ser poeta? ... Eu que não!
2 comentários:
Aiai, de que adianta eu ter a taça e não ter a Tassi?
Ela que escreve sobre o ser poeta que ora é esquerdo, ora é direito. E de suas escritas verdes rebentam palavras maduras nos pomares do meu peito.
"É viver numa masturbação constante"
eehuehue
eu ri nessa parte.
mas ficou muito bom! você tá escrevendo cada dia melhor, muito legal.
parabéns pelo texto.
;)
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