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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Achei legal.

Osho: O que é o ciúme e porque isso magoa tanto?

Extraído de: The Book of Wisdom, Capítulo 27

Ciúme é comparação. E fomos ensinados a comparar, fomos
condicionados a comparar, comparar sempre. Alguém possui uma
casa melhor, alguém tem um corpo mais bonito, alguém tem mais
dinheiro, alguém possui uma personalidade mais carismática.
Compare, continue comparando a si mesmo com todo mundo que
você encontrar, e o resultado será um grande ciúme; esse é o
sub produto do condicionamento da comparação.

De outra maneira, se você deixa de comparar, o ciúme
desaparece. Assim você simplesmente sabe que você é você e
ninguém mais, e que não há nenhuma necessidade de ser outro
alguém. É bom que você não se compare com as árvores, senão
você começaria a se sentir muito ciumento: porque você não é
verde? E porque Deus tem sido tão duro com você - e nenhuma
flor? É melhor você não se comparar com os pássaros, com os
rios, com as montanhas; do contrário você irá sofrer. Você só
se compara com os seres humanos, porque você foi condicionado
a só se comparar com os seres humanos; você não se compara
com os pavões e com os papagaios. Senão seu ciúme seria bem
maior; você estaria tão sobrecarregado de ciúmes que você não
seria capaz de viver de maneira nenhuma.

A comparação é uma atitude muito tola, porque cada pessoa é
única e incomparável. Uma vez que esse entendimento se
estabelece em você, o ciúme desaparece. Cada um é único e
incomparável. Você é apenas você mesmo: ninguém nunca foi
como você e ninguém nunca será como você. E você também não
precisa ser nenhum outro.

Deus cria somente originais; ele não acredita em cópias
carbono.

Um grupo de galinhas estava no quintal quando uma bola de
futebol passou por sobre a cerca e caiu no meio delas. Um
galo chegou gingando, estudou-a, e então disse, "Não estou
reclamando garotas, mas vejam o trabalho que eles estão
fazendo no vizinho ao lado".

Na porta do vizinho grandes coisas estão acontecendo: a grama
é mais verde, as rosas são mais rosadas. Todo mundo parece
estar tão feliz – exceto você. Você está continuamente
comparando. E a mesma coisa está acontecendo com os outros,
eles também estão comparando. Talvez eles também achem que
seu gramado é mais verde – sempre parece mais verde à
distância – que você tem uma esposa mais bonita... Você está
cansado, você não pode acreditar como você permitiu se
envolver com essa mulher, você não sabe como se livrar dela –
e o vizinho pode estar com ciúmes de você, que você tem uma
mulher tão bonita! E você pode estar com ciúmes dele...

Todo mundo tem ciúmes de todo mundo. E com ciúmes criamos um
tal inferno, e com ciúmes nos tornamos muito medíocres.

Um velho fazendeiro estava mal-humoradamente avaliando os
estragos da inundação. "Hiram!" Gritou o vizinho, "seus
porcos foram todos levados pela correnteza".
“E quanto aos porcos do Thompsom?" Perguntou o fazendeiro.
“Eles também foram levados".
“E os de Larsen?"
“Também".
“Hum!" Exclamou o fazendeiro, comemorando. “Não foi tão ruim
como eu pensava".

Se todos estão na miséria, isso parece bom; se todos estão
perdendo, isso parece bom. Se todos estão felizes e bem
sucedidos, isso tem um sabor muito amargo.

Mas por que antes de tudo a idéia do outro entra na sua
cabeça? Deixe-me lembrá-lo novamente: porque você não
permitiu sua própria seiva fluir; você não permitiu sua
própria felicidade brotar, você não permitiu seu próprio ser
florescer. Daí você se sentir vazio no íntimo, então você
olha para o exterior de cada um e de todo mundo porque isso é
só o que você pode ver.

Você conhece seu íntimo e você conhece o exterior dos outros:
isso gera ciúmes. Eles conhecem seu exterior e eles conhecem
o interior deles: isso gera ciúmes. Ninguém mais conhece seu
íntimo. Lá você sabe que você não é nada, não vale nada. E os
outros parecem tão sorridentes exteriormente. O sorriso deles
pode ser falso, mas como você pode saber que são falsos?
Talvez seus corações sejam também sorridentes. Você sabe que
seu sorriso é falso porque seu coração não está sorrindo de
maneira alguma, ele pode estar lamentando e chorando.

Você conhece sua interioridade, e só você a conhece, ninguém
mais. E você conhece o exterior de todos, e as pessoas
fizeram o exterior delas parecer bonito. Exteriores são
vitrines e são muito enganadoras.

Há uma antiga história Sufi:
Um homem estava muito oprimido pelo seu sofrimento. Ele
costumava orar diariamente a Deus, "Porque eu? Todos parecem
ser tão felizes, porque só eu estou sofrendo tanto?" Um dia,
em grande desespero, ele orou a Deus, "Você pode me dar o
sofrimento de qualquer um outro e estou pronto para aceitar
isso. Mas leve o meu, não posso mais suportá-lo".

Aquela noite ele teve um belo sonho, belo e muito revelador.
Ele sonhou naquela noite que Deus aparecia no céu e dizia
para todos, "Tragam todos os seus sofrimentos para o templo".
Todos estavam cansados de sofrer – na verdade todos tinham
orado alguma vez ou outra, "Estou pronto para aceitar o
sofrimento de qualquer um outro, porém leve o meu sofrimento,
é demais, é insuportável".

Assim todo mundo colocou seu próprio sofrimento em sacolas e
levaram para o templo e todos pareciam muito felizes; o dia
havia chegado, suas preces foram ouvidas. E esse homem também
correu para o templo.

E então Deus falou, "Coloquem suas sacolas na parede". Todos
as sacolas foram colocadas na parede e então Deus
declarou: “Agora vocês podem escolher. Podem pegar qualquer
sacola”.

E a coisa mais surpreendente foi: que esse homem que tinha
estado sempre orando, correu em direção a sua sacola antes
que alguém mais pudesse escolhê-la! Ele contudo, ficou
surpreso porque todo mundo correu para sua própria sacola e
todos estavam contentes com a escolha. O que aconteceu? Pela
primeira vez, todos viram a miséria dos outros, o sofrimento
dos outros – as sacolas deles eram tão grandes, ou até mesmo
maiores!

E o segundo problema era, as pessoas tinham se acostumado com
os seus próprios sofrimentos. E agora escolher o sofrimento
de outra pessoa - quem sabe que tipo de sofrimento estará
dentro da sacola? Pra que se incomodar? Pelo menos você está
familiarizado com o seu próprio sofrimento e você já está
acostumado com ele, e ele é suportável. Por tantos anos você
o tolerou - porque escolher o desconhecido?

E todos foram para casa felizes. Nada havia mudado, eles
estavam trazendo o mesmo sofrimento de volta, mas todos
estavam felizes e sorridentes e alegres porque conseguiram
suas próprias sacolas de volta.

Pela manhã ele orou para Deus e disse, "Grato pelo sonho;
nunca mais pedirei novamente. Tudo que você me tem dado é bom
para mim, tem que ser bom para mim; eis porque você me deu
isso".

Devido ao ciúme você está em constante sofrimento; você torna-
se medíocre para os outros. E por causa do ciúme você começa
a ficar falso, porque você começa a fingir. Você começa a
fingir coisas que você não possui, você começa a fingir
coisas as quais você não pode ter, que não são naturais a
você. Você se torna cada vez mais artificial. Imitando os
outros, competindo com os outros, que mais você pode fazer?
Se alguém tem alguma coisa e você não tem, e você não tem a
possibilidade natural de ter isso, o único jeito é arranjar
algum substituto barato para isso.

Eu soube que Jim e Nancy Smith divertiram-se muito na Europa
nesse verão. É tão legal quando um casal finalmente tem a
oportunidade de realmente viver bem. Eles estiveram por toda
parte e fizeram de tudo. Paris, Roma... Você diz o nome, eles
estiveram lá e viram tudo.
Porém foi tão embaraçante voltar para casa e passar pela
alfândega. Vocês sabem como a os oficiais da alfândega
espionam todos os seus pertences. Eles abriram uma sacola e
tiraram três perucas, cuecas de seda, perfume, tintura para
os cabelos... Realmente embaraçante. E era apenas a sacola de
Jim!

Basta olhar para dentro de sua mala e você irá encontrar
tantas coisas artificiais, falsas, coisas fictícias – pra
que? Porque você não pode ser natural e espontâneo? – devido
aos ciúmes.

O homem ciumento vive no inferno. Pare de comparar e os
ciúmes desaparecem, a mediocridade desaparece, a falsidade
desaparece. Mas você só pode deixá-los se seus tesouros
íntimos começarem a crescer; não existe outra maneira.

Cresça, torne-se um individuo mais e mais autêntico. Ame e
respeite a si mesmo do jeito que Deus lhe fez e então,
imediatamente, as portas do paraíso se abrem para você. Elas
sempre estiveram abertas, você simplesmente nunca deu atenção
a elas.

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